sexta-feira, 30 de março de 2012

“VIVO COM SAÚDE”

Viver está custando cada vez mais caro.


Robert Fogel, Prêmio Nobel de Economia em 1993, em entrevista à Revista Veja, publicada em 06 de abril do corrente, refere-se ao setor da saúde como um dos motores da economia no século XXI, dizendo que “(...) é um equivoco achar que as pessoas devem gastar menos com a saúde (...) trata-se de um investimento social, econômico e pessoal, com retorno garantido”.


Fogel coloca, também, que os avanços tecnológicos encarecem a saúde. Na sua visão, todos (do Estado ao indivíduo) devem fazer um maior investimento na saúde. Diz, ainda, que “em suma, as pessoas estão pagando para viver mais tempo e com mais qualidade”.


No entanto, o que vemos em nosso país é uma situação caótica, que se não tiver um planejamento adequado com apoio da iniciativa privada, a organização de convênios e acesso aos serviços, poderá tal situação tornar-se irreversível a curto e médio prazo.


A Associação Médica do Rio Grande do Sul, AMRIGS, é, hoje, um dos órgãos mais representativos da classe médica e como tal, tais preocupações com a saúde deverão ser temas de debates desta Associação. Na reunião do Conselho de Representantes da AMRIGS,que ocorreu em Porto Alegre, no último dia 09 de abril, foi sugerida uma manifestação a todos representantes de saúde e da justiça incluindo Ministério da Saúde, Ministério da Justiça, Secretarias e Delegacias Estaduais e Municipais de Saúde, ONG’s e demais segmentos e órgãos competentes) revelando a preocupação desta Entidade com o descumprimento da Constituição Federal no que diz respeito à saúde pública, com repercussão a violência, criminalidade e morte, por não atender transtornos mentais, drogas e acidentes de causas muitas vezes desconhecidas.
Em amplo debate, nacionais devem ser levantadas soluções para resolver o problema da saúde pública brasileira como um todo. Nesse sentido destaca-se a AMRIGS como precursora de estudos relevantes na área.


Foram recomendados alguns temas debates como, por exemplo: a situação dos hospitais públicos; a qualidade dos cursos de medicina; a formação de médicos em áreas de carência; a distribuição de verbas públicas; situação dos convênios; dentre outros relevantes que devem ser planejados e implementados em sua totalidade e não discutidos individualmente.
Espera-se que estes debates e conseqüentes soluções sejam priorizados por médicos e autoridades e que, em breve possamos vislumbrar um novo cenário nestes setores.



Dr. Albino Júlio Sciesleski
Médico Psiquiatra
Conselheiro honorário da Associação Médica do Rio Grande do Sul(Amrigs).
Especialista em Psiquiatria e Medicina do Trânsito.
Comitê de Prevenção da Violência e Criminalid

I CONGRESSO INTERNACIONAL DA PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE


Nunca se debateu tanto as questões que envolvem a violência e a criminalidade em todas as suas formas. Acreditamos que não possa ser diferente quando a humanidade está, pelas mais diferentes razões, perdendo seu próprio rumo.


Hoje, uma população de 7 bilhões de habitantes no nosso planeta tornou-se protagonista de profundas desigualdades e índices assustadores de suicídios, homicídios, acidente de trânsito e conflitos, dentre outros. Só no Brasil os índices apontam mais de 160.000 mortes violentas por ano.


Assim, é imprescindível que se faça uma discussão ampla sobre o assunto, envolvendo profissionais da educação, da saúde, da segurança e da justiça. A mídia já o vem fazendo, porém sem propostas para soluções concretas e efetivas.
A AMRIGS, sendo uma das maiores associações representativas da classe médica, não pode furtar-se a este papel.


Temos tido relevantes discussões e trabalhos acerca do assunto em nossas reuniões. Mas temos que ampliar e abrir internacionalmente e interdisciplinarmente tais discussões. Também será nosso papel construir uma Carta de Intenções (propostas) a partir dos trabalhos apresentados e enviar para os órgãos competentes. Neste momento tão importante para os destinos da humanidade não podemos nos omitir.


De acordo com a ONU (Organizações das Nações Unidas) e com a OMS (Organização Mundial da Saúde), as mortes violentas como suicídio e acidentes de trânsito ocorrem, na sua grande maioria, por transtornos afetivos, como a depressão e 25% dos homicídios por exemplo, e pelo uso de drogas lícitas ou ilícitas.


Estatísticas apontam que, anualmente, no mundo, acontece uma morte a cada 30 segundos. No Brasil, o número de mortes coloca nosso país em 6º lugar no ranking dos países mais violentos. Um estudo nos mostra que 60% das mortes que ocorrem no Brasil se concentram nos finais de semana e 70% no Carnaval. No Rio Grande do Sul são mais 1.700 mortes por ano e mais de 50 mil lesões físicas com deficiências e seqüelas incapacitantes, sendo que 25% são provocadas por transtornos mentais.


Os índices apresentados acima corroboram com um cenário econômico preocupante: dias de trabalho perdidos e danos materiais os investimentos em educação, em saúde, em segurança e em justiça se mostram muito pequenos em relação ao crescimento do PIB. Isto, por si só é injustificável. Somente fazendo os cálculos adequadamente é que as autoridades competentes, juntamente com uma sociedade consciente, poderão redefinir a distribuição de verbas, redirecionando as mesmas para a saúde e educação, o melhor investimento do século.
Diante do exposto, a realização deste congresso , é de extrema importância. Uma vez aprovada a proposta, se faz urgente a escolha de uma comissão executiva para que de imediato se possa pensar no formato deste congresso e tomar todas as decisões e medidas cabíveis.


Como sugestão, pensamos que tal comissão deva ser formada por representantes de diferentes especializações como: Medicina do Trabalho,da Ortopedia e Traumatologia,Medicina do Tráfego,Neurologia,Oftalmologia,Psiquiatria.


Também sugiro o envio imediato de ofícios aos Ministros,Governadores,Associações Médicas, a mídia e outros.



Médico Psiquiatra
Especialista em Psiquiatria e Medicina do Trânsito
Membro Nato do Conselho de Representantes da Amrigs Comitê de prevenção da Violência e Criminalidade.

DIA NACIONAL CONTRA VIOLENCIA E CRIMINALIDADE

O assunto que nos leva a reflexões são as causas de mortes violentas no mundo. O suicídio, a principal causa de morte no mundo, também no Brasil, registra mais de 60 mil mortes por ano, sendo a depressão a sua principal causa.

O homicídio é a segunda causa de morte. No Brasil, registra mais de 50 mil mortes por ano , em 2006 chegou a ultrapassar as mortes em acidentes de transito. As últimas estatística nos dizem que 25% dos homicídios são provocados por pessoas com distúrbios mentais, muitos sem saber ou sem tratamento adequado. Nossos presídios, que estão lotados por pessoas com distúrbios mentais, não possuem nenhuma estrutura capaz de tratar e recuperar mental e socialmente tais indivíduos.

Em terceiro lugar a violência se apresenta nas mortes no transito que hoje ultrapassam os 40 mil mortes por ano no Brasil. Experiência em São Paulo mostrou que 60 % dos acidentes ocorriam de 6ªfeira á noite à domingo. Por quê? Certamente foi constatado que foi pelo uso abusivo de drogas ilícitas e principalmente licita associados muitas vezes, inclusive a medicação. Chama atenção os acidentes de causa desconhecidas.

Não podemos interferir nas mortes causadas por acidentes naturais, mas podemos e devemos interferir na violência presente nos homicídios, suicídios e acidentes de trânsito.

Desconhecemos outra forma senão a de que esta proposta passe pela educação e pela melhoria na saúde e na segurança.

Desta forma propomos a criação do Dia NACIONAL CONTRA A VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE .

Sugerimos que toda última sexta feira do mês sejam realizados debates nas escolas primárias, secundárias e universidades sobre a prevenção da violência e criminalidade. Na mídia escrita, falada e televisada igualmente. Que se faça o mesmo nas câmaras de vereadores, assembléias legislativas, câmara e senado que deverão apresentar propostas e projetos de lei sobre a prevenção e a terapêutica da violência. Nas Igrejas, que se possa debater o tema e imbuir os devotos num processo de fé sustentada pela oração.

Sugerimos ainda que na sexta feira que antecede o carnaval deveria ser dada uma ênfase especial ao “O dia do combate a violência e criminalidade em ações que envolvam a participação de toda comunidade.


PS- Projeto aprovado pelo Conselho de Representantes da Associação Medica do Rio Grande do Sul em 11/06/2011.


Dr.Albino Júlio Sciesleski
Medico Psiquiatra
Especialista em Medicina do Trânsito.
Conselheiro Nato da Amrigs e do Conselho de Prevenção da
Violência e Criminalidade.