Nunca se debateu tanto as questões que envolvem a violência e a criminalidade em todas as suas formas. Acreditamos que não possa ser diferente quando a humanidade está, pelas mais diferentes razões, perdendo seu próprio rumo.
Hoje, uma população de 7 bilhões de habitantes no nosso planeta tornou-se protagonista de profundas desigualdades e índices assustadores de suicídios, homicídios, acidente de trânsito e conflitos, dentre outros. Só no Brasil os índices apontam mais de 160.000 mortes violentas por ano.
Assim, é imprescindível que se faça uma discussão ampla sobre o assunto, envolvendo profissionais da educação, da saúde, da segurança e da justiça. A mídia já o vem fazendo, porém sem propostas para soluções concretas e efetivas.
A AMRIGS, sendo uma das maiores associações representativas da classe médica, não pode furtar-se a este papel.
Temos tido relevantes discussões e trabalhos acerca do assunto em nossas reuniões. Mas temos que ampliar e abrir internacionalmente e interdisciplinarmente tais discussões. Também será nosso papel construir uma Carta de Intenções (propostas) a partir dos trabalhos apresentados e enviar para os órgãos competentes. Neste momento tão importante para os destinos da humanidade não podemos nos omitir.
De acordo com a ONU (Organizações das Nações Unidas) e com a OMS (Organização Mundial da Saúde), as mortes violentas como suicídio e acidentes de trânsito ocorrem, na sua grande maioria, por transtornos afetivos, como a depressão e 25% dos homicídios por exemplo, e pelo uso de drogas lícitas ou ilícitas.
Estatísticas apontam que, anualmente, no mundo, acontece uma morte a cada 30 segundos. No Brasil, o número de mortes coloca nosso país em 6º lugar no ranking dos países mais violentos. Um estudo nos mostra que 60% das mortes que ocorrem no Brasil se concentram nos finais de semana e 70% no Carnaval. No Rio Grande do Sul são mais 1.700 mortes por ano e mais de 50 mil lesões físicas com deficiências e seqüelas incapacitantes, sendo que 25% são provocadas por transtornos mentais.
Os índices apresentados acima corroboram com um cenário econômico preocupante: dias de trabalho perdidos e danos materiais os investimentos em educação, em saúde, em segurança e em justiça se mostram muito pequenos em relação ao crescimento do PIB. Isto, por si só é injustificável. Somente fazendo os cálculos adequadamente é que as autoridades competentes, juntamente com uma sociedade consciente, poderão redefinir a distribuição de verbas, redirecionando as mesmas para a saúde e educação, o melhor investimento do século.
Diante do exposto, a realização deste congresso , é de extrema importância. Uma vez aprovada a proposta, se faz urgente a escolha de uma comissão executiva para que de imediato se possa pensar no formato deste congresso e tomar todas as decisões e medidas cabíveis.
Como sugestão, pensamos que tal comissão deva ser formada por representantes de diferentes especializações como: Medicina do Trabalho,da Ortopedia e Traumatologia,Medicina do Tráfego,Neurologia,Oftalmologia,Psiquiatria.
Também sugiro o envio imediato de ofícios aos Ministros,Governadores,Associações Médicas, a mídia e outros.
Médico Psiquiatra
Especialista em Psiquiatria e Medicina do Trânsito
Membro Nato do Conselho de Representantes da Amrigs Comitê de prevenção da Violência e Criminalidade.
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