quarta-feira, 19 de maio de 2010

ELETROCONVULSOTERAPIA

A terapia convulsiva ou convulsoterapia foi introduzida em 1934 por Ladislas Joseph von Meduna, neuropsiquiatra húngaro. Por acreditar que pacientes com epilepsia poderiam ser protegidos do desenvolvimento de sintomas psicóticos típicos da esquizofrenia. Levantou a hipótese de que a indução de convulsões em pacientes com esquizofrenia poderia reduzir os seus sintomas. Desta forma, von Meduna produzia crises convulsivas generalizadas, induzidas quimicamente, em pacientes esquizofrênicos, com base na crença errada de que a esquizofrenia e a epilepsia eram mutuamente incompatíveis. Apesar da falsa lógica, logo se tornou evidente que a terapia convulsiva, geralmente, resultava em dramática melhora clínica dos pacientes psiquiátricos.
Substituindo a indução de convulsões com químicos por indução com eletricidade, em 1937, os neuropsiquiatras italianos Ugo Cerletti e Lucio Bini descobriram que assim era mais fácil induzir as convulsões e regular a eletrecidade do que com os agentes farmacológicos. Esse método passou a ser conhecido como eletroconvulsoterapia ou EC, que em poucos anos tornou-se , o principal método de tratamento biológico, não apenas para a esquizofrenia mas também, e principalmente, para transtornos do humor.
Esse método é conhecido pelos leigos como “ELETROCHOQUE”, sendo um tratamento marcado por preconceitos e criticas infundadas. Também é visto como um tratamento medieval e agressivo, que pode chegar as vias da tortura ou do castigo. Entretanto, na realidade, é um tratamento padronizado, utilizado no mundo todo e realizado com anestesia geral,controle cardiológico e eletroencefalografico. Atualmente, a eletroconvulsoterapia é um dos tratamentos mais eficazes para a depressão e mania (euforia).
Pela sua rápida eficácia e baixo risco para a saúde do paciente, é indicado para casos de depressão com risco de vida eminente (por inanição ou por risco de suicídio), ou em pacientes que não respondem a medicação.
Por sua tolerabilidade e por não possuir efeitos colaterais medicamentosos, é i tratamento de primeira escolha nos episódios efetivos em mulheres grávidas (por ser mais seguro para o feto), como é também recomendado para o uso em idosos.
Contudo, o tratamento com a ECT é considerado controverso e polemico. Sua própria natureza, assim como seu histórico de abuso,contribuiu para que o contexto da eletroconvulsoterapia fosse visto de forma distorcida, porém, seguramente, não passa de pura especulação ou falta de informação.
Com uma voltagem muitíssimo menor, comparada ao do choque para reanimação cardíaca, o choque da ECT é aplicado nas têmporas sendo menor de idade risco para o paciente para o paciente.
Será que as pessoas acreditam de fato que a morte por parada cardíaca é mais letal que a morte causada pelo suicídio, aceitando um tipo de choque e não de outro?
Assim como qualquer outro tipo de tratamento, quando bem indicado e aplicado, a ECT é um tratamento seguro que pode salvar vidas, com resultados rápidos e de baixo custo.
Ao contrário do que a população leiga e, curiosamente, alguns profissionais da área de saúde mental costumam imaginar, a eletroconvulsoterapia continua sendo empregada de forma eficaz pela moderna psiquiatria. É uma técnica efetivamente consagrada em todos os continentes e, comparada aos medicamentos psicotrópicos e de um modo geral, as evidencias apontam para um benefício maior da ECT freqüentemente exercendo um bom efeito, a curto prazo.
A eletroconvulsoterapia foi induzida na psiquiatria e foi comumente usada como tratamento de primeira escolha para a depressão e esquizofrenia, principalmente, o tipo catatônico. Com pouco e relativamente benignos efeitos colaterais, é muito bem empregada, imagem do paciente sendo arrastada por truculentos enfermeiros amarrados a força na cama e queimado por dois eletrodos na cabeça pertence apenas a imaginação de alguns filmes sensacionalistas.
Pesquisas recentes indicam que nos Estados Unidos aproximadamente maior ou grave, com risco de vida e a e Esquizofrenia hoje nos Estados Unidos e na Europa e principal indicação aos casos com risco de suicídio com resultados mais rápidos e objetivos.

As indicações mais comuns para essa terapia são :
• Risco de suicídio
• Episódios depressivos resistentes
• Episódios depressivos graves com sintomas psicóticos.
• Episódios depressivos em idosos.
• Episódios depressivos em gestantes.
• Episódios maníacos em gestantes.
• Episódios maníacos graves com sintomas psicóticos.
• Episódios maníacos resistentes
• Depressão da Doença de Parkinson.
• Síndrome Neuroléptica Maligna
• Esquizofrenia resistente a medicação ou risco de vida.

A eletroconvulsoterapia, antes associada à punição e tortura, é usada com sucesso em casos graves de depressão. Contudo, uma boa avaliação médica sempre se fará necessária. Por isso, é indispensável combater a desinformação em relação a ECT, assim como, depurar as opiniões sobre o tema, as simpatias mais apaixonadas, como pode acontecer em relação à psiquiatria eminentemente biológica, psicológica, farmacológica, alternativa e outras.
Em Passo Fundo, possuímos equipamentos da ultima geração, para a prática de ECT. Entretanto, para o uso da ECT, cabe lembrar que se faz necessário a formação de equipe com profissionais competentes para que o paciente não fique exposto a riscos. Tal procedimento, preferencialmente, também deve ser realizado em hospitais. Já tivemos a oportunidade de submeter pacientes a centenas de ECT, principalmente em São Paulo, mas também em Passo Fundo, quando fundamos o Hospital Psiquiátrico Bezerra de Menezes e Hospital da Cidade , sempre com bons resultados e nem um inconveniente clínico. .
Para maximizar benefícios e minimizar riscos da ECT,o diagnóstico deve ser correto além disso, a ECT deve ser administrada somente para indicações apropriadas, Em contrapartida, os eventuais efeitos adversos devem ser comparados aos riscos e eficácia do tratamento medicamentoso.O impacto da ECT no status mental, particularmente com respeito á orientação e a memória, deve ser avaliado durante o curso de ECT.
Esta avaliação deve ser conduzida antes do começo do tratamento, a fim de estabelecer um nível da linha de base de funcionar e ser repetida, ao menos semanalmente, durante todo o curso de ECT.
Sugere-se que a avaliação cognitiva seja feita, pelo menos, 24 horas depois de uma aplicação de ECT para evitar a contaminação da cognição pelos efeitos fisiológicos agudos da ECT. A avaliação pode incluir a orientação e a memória e /ou umas medidas mais formais.


Para maiores informações:
http://www.psiqweb.med.br/eletroconv.htm1
http://www.neuropsiconews.org.br


Albino Julio Sciesleski
Médico Psiquiatra
CRM-RS 15.516

Um comentário:

  1. Dr como ocorre fisiologicamente o eletroconvulsoterapia? Sou estudante de enfermagem e gostaria de entender como funciona.

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