segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

ALZHEIMER E DEMÊNCIA



 Nada mais difícil, para os que estão envelhecendo, do que pensar e, até mesmo encarar os problemas de saúde decorrentes das perdas naturais da própria idade. Mas ainda mais difícil é saber da possibilidade das perdas mentais e das dificuldades decorrentes: pessoais, familiares, ambientais, sociais.
 As doenças que dizem respeito aos pacientes idosos podem ser diagnosticadas como demências frontotemporal, Alzhaeimer e demência vascular, quais são os sintomas destas doenças? Como é quando elas aparecem? Qual a gravidade? Tem cura? Tem tratamento? Como a família deve agir? São perguntas que fazemos. Quando temos algum esclarecimento, ou porque estudamos, ou porque convivemos, com casos semelhantes, tentamos organizar o nosso futuro, para que se tal coisa nos acontecer, não venha a ser peso, estorvo para nossa família. Tal preocupação é real, é muito difícil sofrer e lidar com a demência (depressões, ansiedade, ausência de comunicação... etc.).
Os sintomas mais prevalentes nos casos demências: perda de memória, choro fácil, labilidade emocional, insônia, crises de agitação agudas com agressividade física, desconforto, sensações físicas de dor, calor sem causa existente, condutas anti-sociais, desinibidas e sem censura, sem crítica de relacionamento.
Nem sempre os exames físicos (eletro, encefalograma, tomografia computadorizada) detectam alguma alteração, embora sejam eficazes nos casos de demência vascular, mas uma avaliação neuropsicológica pode auxiliar psiquiatra e psicóloga na identificação do problema, bem como a ressonância magnética do cérebro poderá detectar existência de comportamento.
Lembro de uma senhora ao iniciar o processo demência e, provavelmente com percepção de que algo estava lhe acontecendo, demonstrando sofrimento, escolheu uma frase, com a qual respondia todo e qualquer questionamento que lhe fosse feito - “Cada um com a sua”.
 Aos poucos foi perdendo a memória o reconhecimento de lugares e pessoas, controle dos esfíncteres. Comia se lhe alcançassem o alimento, dormia se lhe colocassem na cama, não reconhecia pessoas, lugares... Enfim, sua vida foi sendo de total dependência, até que nunca mais saiu de seu leito (por mais de 5 anos) até vir a falecer.
A repetição de frases muitas vezes também se torna um sintoma. (a pessoa apresenta ecolalia).
Não estamos preocupados neste artigo em separar os sintomas das demências fronto-temporais, do Alzheimer ou demências vasculares. Nosso objetivo é repassar informações para que possamos nos cuidar melhor e buscar em tempo rápido soluções. Na verdade ainda não existem tratamentos preventivos significativos, mas tratamentos que diminuem os sintomas e que permitem melhor qualidade de vida. Também não podemos descartar os novos estudos que vem sendo realizados, os avanços que poderão em futuro breve trazer soluções para estes problemas. Mas todo tipo de demência é um processo degenerativo que tende ao agravamento gradativo da doença.
Quais os procedimentos?
 Não importa o diagnóstico sobre o tipo de demência, alguns procedimentos são comuns a qualquer caso. O primeiro aspecto a ser observado diz respeito às perdas e alterações. Perdas cognitivas (de memória, confusão de idéias), comportamentos agressivos, alienados, sem censura ou autocrítica.
A partir desta avaliação inicial, deve-se orientar a família e o paciente como manejar e melhorar a convivência. Quais as expectativas que devem ter o que esperar o que não podem exigir. Enfim como reconstruir todo o ambiente físico e emocional.
Paralelamente o médico irá definir sobre a melhor medicação e orientação e trabalho como a família deverão observar os efeitos da mesma sobre os sintomas mais agudos e prevalentes.
Todas as condutas são feitas no sentido de melhorar a qualidade de vida seja para o paciente, seja para a família ou para os cuida dores.
Na maioria dos casos os doentes não possuem condições para continuar gerenciando suas vidas e necessitam de “cuidadores” permanentes, principal na evolução e agravo.
As perdas cognitivas dificultam o paciente na comunicação de suas necessidades e desejos (desconforto, dores, fome) levando-o a agitação, inquietação e ansiedade, dificultam na execução das tarefas (vestir, comer...), dificultam suas relações. Portanto, neste momento, não podemos negar o uso de medicamentos para o melhor controle dos sintomas das demências. Às vezes concomitantes depressões quando sente os sintomas.
É importante, também lembrar que quando confinado ao lar, alguém (marido, mulher, filho, neto) terá que abrir mão de sua vida própria para dispender os cuidados necessários. As famílias ricas recorrem a enfermeiras, por turnos. Mas não é esta a realidade da maioria, alguém tem que se dedicar ou a solução são os asilos ou casas geriátricas.
 O médico (psiquiatra, neurologista, geriatra) é fundamental na orientação do tratamento dos sintomas, mas também na orientação da família. Doenças demenciais comprometem e impedem a qualidade da mesma, para todos.
Acreditamos que em futuro breve a ciência irá descobrir como prevenir ou até mesmo curar este mal que tanto sofrimento gera. Não bastam melhores medicamentos controladores. Nossa expectativa é para com a cura que esperamos seja descoberta brevemente.
Terapias alternativas tem sido de grande eficácia tanto no tratamento, quanto na prevenção, como a musica-terapia, terapia ocupacional. Pesquisas revelam que entre as pessoas de maior estudo os sintomas custam a aparecer, mais depois se aceleram, comparadas às pessoas de menos estudo.
Isto mostra que o “exercício” cerebral (leitura, jogos) podem ser grandes aliados no retardamento da doença (dançar, fazer caminhadas, executar tarefas).
Muitos, quando chegam ao consultório, vêm com queixas de depressão (e assim são tratados), na verdade eles estão seguindo aos sintomas que percebem ter como a perda de memória, por exemplo, e se entristecem, deprimem. No início o diagnóstico é sempre difícil.
Embora as demências sejam doenças senis (do envelhecimento) existe a doença de Pic, rara que se trata da demência precoce pré-senil.
Com o aumento dos anos de vida, as doenças demenciais tenderão a ser mais presentes. Alguns países desenvolvidos estão criando programas especiais em clínicas bem estruturadas para atendimento de idosos e de idosas portadores de demências com assistência médica (interde e mult) com lazer.
A mente tem que ser exercitada, assim como o corpo, depende de nós. Como disse Kennedy “não adianta acrescentar anos a vida, é necessário acrescentar vida os anos”.

Albino Julio Sciesleski
Marisa Potiens Zilio

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