segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

MOTOCICLISTAS COM VIDA NO TRÂNSITO



Nos últimos tempos temos visto uma verdadeira explosão no aumento de motocicletas no trânsito. Econômica, acessível, prática, facilidade de estacionamento e tráfego, são alguns dos fatores que contribuíram para que a motocicleta caísse no gosto popular.
Até a segunda metade da década de 60, as motos praticamente não existiam aqui no Brasil. Em 1974 instalou-se aqui no país a primeira fábrica de motocicletas, iniciando seu processo de popularização. Atualmente, o uso destes veículos é muito diversificado, sendo utilizado para tanto fins de lazer quanto para fins profissionais.
Assim, aspectos negativos estão aliados ao aumento do número de motos nas estradas e cidades brasileiras. O mais sério é observado no crescimento alarmante no número de acidentes graves envolvendo motociclistas. Em 2007, os acidentes com motocicletas representaram 48% das indenizações pagas pelo seguro obrigatório dos veículos automotores (Dpvat), conforme dados da Fenaseg – Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização. Esta situação não é exclusividade do Brasil. Na Alemanha, por exemplo, apesar da diminuição dos acidentes fatais com automóveis na última década, o mesmo não ocorreu com as motocicletas.
Há de salientar, também que, como a moto é utilizada para fins profissionais, neste caso, em especial, o surgimento dos “motoboys” contribuiu para um aumento significativo do número de acidentes. A concepção de que “tempo é dinheiro”, infelizmente presente em todos nós, faz com que estes profissionais “corram contra o tempo” e, por que não dizer, contra a própria vida.
Então, vemos um grande desafio: como minimizar este quadro de acidentes e vítimas?
Alguns estudos compravam que a imprudência contribui para o aumento das estatísticas. Assim, recomendações de caráter educativo, se tornam necessárias, a fim de evitar acidentes. Dentre elas, destacamos:
·      Fazer curso de direção defensiva normal e procurar realizar um curso de direção defensiva exclusivamente para motos.
·      Escolher motocicletas de acordo com o seu tipo físico.
·      Sair no tráfego, com a moto, somente após ter a certeza de estar pilotando-a com segurança.
·      Usar sempre o farol aceso, tanto durante o dia quanto à noite. Com o farol aceso, a motocicleta é mais visível.
·      Usar sempre capacete com visor, luvas e calças. Evite o uso de bermudas ao pilotar.
·      Preferencialmente usar roupas claras, bem como coletes e acessórios reflexivos. Elas facilitam a visibilidade dos demais.
·      Não circular entre os carros parados num congestionamento ou próximo a um farol, caso não tenha espaço suficiente. Isto evita ocasionar algum acidente, caso alguém coloque o braço para fora, abra a porta ou faça alguma manobra brusca.
·      Guardar distância do veículo que vai à sua frente.
·      Andar, preferencialmente, do lado direito do tráfego. Isto diminui o risco de “fechadas” por falta de visibilidade.
·      Quando em grupo, procurar andar em fila indiana. Evitar andar em “leque” para dar passagem aos demais veículos.
·      Fazer revisões e/ou manutenções periódicas no veículo (freios, embreagem, pneus, farol...).
·      Redobrar os cuidados quando atingir um cruzamento, reduzindo a velocidade na aproximação e parando sempre que necessário ou indicado.
·      Aguardar o semáforo abrir para passar. E, quando o fazer, não acelerar rapidamente. Isto evita colisão com outro veículo que passou com o sinal amarelo (retardatário).
·      O cansaço e a tensão prejudicam os reflexos e a visão. Por isso, dirigir somente quando estiver completamente disposto. A 100km/h o ângulo da visão é de apenas 40º, enquanto que a 60km/h o ângulo aumenta para 65º e a 40km/h, para 100º.
·      Orientar o carona para que suas atitudes e cuidados sejam os mesmos que os do motorista. Considerando que a motocicleta transporta até duas pessoas, em caso de acidente, condutor e passageiro sofrem ferimentos.
·      Evitar dirigir à noite. A noite exige que se dirija com muita cautela, pois diminui a noção de profundidade em função do ofuscamento provocado pelo farol de outros veículos.
·      Verificar com atenção à via e suas condições, principalmente no que poderá desequilibrar o motorista, como pista molhada, faixas escorregadias, buracos...
·      Jamais misturar álcool e direção.
Um estudo europeu concluiu que a maior parte dos acidentes acontecem nos cruzamentos, sendo que as partes do corpo mais atingidas são os membros inferiores, os superiores e a cabeça. Outra conclusão importante que os especialistas chegaram foi que o fator predominante para a ocorrência de acidentes por falha humana tais como falta de atenção e movimentos repentinos que causaram desequilíbrio, dentre outros.
Se valendo da máxima “que não é o veículo que é perigoso; perigosas são as atitudes de quem o conduz”, com certeza, se nos utilizarmos de hábitos saudáveis e corretos, contribuiremos para com a redução dos acidentes. Cada um é responsável por todos.

 Albino Julio Sciesleski
Médico Psiquiatra

Marisa Potiens Zílio
Psicopedagoga

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