Nos últimos tempos temos
visto uma verdadeira explosão no aumento de motocicletas no trânsito.
Econômica, acessível, prática, facilidade de estacionamento e tráfego, são
alguns dos fatores que contribuíram para que a motocicleta caísse no gosto
popular.
Até a segunda metade da
década de 60, as motos praticamente não existiam aqui no Brasil. Em 1974
instalou-se aqui no país a primeira fábrica de motocicletas, iniciando seu
processo de popularização. Atualmente, o uso destes veículos é muito
diversificado, sendo utilizado para tanto fins de lazer quanto para fins
profissionais.
Assim, aspectos negativos
estão aliados ao aumento do número de motos nas estradas e cidades brasileiras.
O mais sério é observado no crescimento alarmante no número de acidentes graves
envolvendo motociclistas. Em 2007, os acidentes com motocicletas representaram
48% das indenizações pagas pelo seguro obrigatório dos veículos automotores
(Dpvat), conforme dados da Fenaseg – Federação Nacional das Empresas de Seguros
Privados e de Capitalização. Esta situação não é exclusividade do Brasil. Na
Alemanha, por exemplo, apesar da diminuição dos acidentes fatais com automóveis
na última década, o mesmo não ocorreu com as motocicletas.
Há de salientar, também
que, como a moto é utilizada para fins profissionais, neste caso, em especial,
o surgimento dos “motoboys” contribuiu para um aumento significativo do número
de acidentes. A concepção de que “tempo é dinheiro”, infelizmente presente em
todos nós, faz com que estes profissionais “corram contra o tempo” e, por que
não dizer, contra a própria vida.
Então, vemos um grande
desafio: como minimizar este quadro de acidentes e vítimas?
Alguns estudos compravam
que a imprudência contribui para o aumento das estatísticas. Assim,
recomendações de caráter educativo, se tornam necessárias, a fim de evitar
acidentes. Dentre elas, destacamos:
· Fazer curso de direção defensiva
normal e procurar realizar um curso de direção defensiva exclusivamente para
motos.
· Escolher motocicletas de acordo com o
seu tipo físico.
· Sair no tráfego, com a moto, somente
após ter a certeza de estar pilotando-a com segurança.
· Usar sempre o farol aceso, tanto
durante o dia quanto à noite. Com o farol aceso, a motocicleta é mais visível.
· Usar sempre capacete com visor, luvas
e calças. Evite o uso de bermudas ao pilotar.
· Preferencialmente usar roupas claras,
bem como coletes e acessórios reflexivos. Elas facilitam a visibilidade dos
demais.
· Não circular entre os carros parados
num congestionamento ou próximo a um farol, caso não tenha espaço suficiente.
Isto evita ocasionar algum acidente, caso alguém coloque o braço para fora,
abra a porta ou faça alguma manobra brusca.
· Guardar distância do veículo que vai
à sua frente.
· Andar, preferencialmente, do lado
direito do tráfego. Isto diminui o risco de “fechadas” por falta de
visibilidade.
· Quando em grupo, procurar andar em
fila indiana. Evitar andar em “leque” para dar passagem aos demais veículos.
· Fazer revisões e/ou manutenções
periódicas no veículo (freios, embreagem, pneus, farol...).
· Redobrar os cuidados quando atingir
um cruzamento, reduzindo a velocidade na aproximação e parando sempre que
necessário ou indicado.
· Aguardar o semáforo abrir para
passar. E, quando o fazer, não acelerar rapidamente. Isto evita colisão com
outro veículo que passou com o sinal amarelo (retardatário).
· O cansaço e a tensão prejudicam os
reflexos e a visão. Por isso, dirigir somente quando estiver completamente
disposto. A 100km/h o ângulo da visão é de apenas 40º, enquanto que a 60km/h o
ângulo aumenta para 65º e a 40km/h, para 100º.
· Orientar o carona para que suas
atitudes e cuidados sejam os mesmos que os do motorista. Considerando que a
motocicleta transporta até duas pessoas, em caso de acidente, condutor e
passageiro sofrem ferimentos.
· Evitar dirigir à noite. A noite exige
que se dirija com muita cautela, pois diminui a noção de profundidade em função
do ofuscamento provocado pelo farol de outros veículos.
· Verificar com atenção à via e suas
condições, principalmente no que poderá desequilibrar o motorista, como pista
molhada, faixas escorregadias, buracos...
· Jamais misturar álcool e direção.
Um estudo europeu
concluiu que a maior parte dos acidentes acontecem nos cruzamentos, sendo que
as partes do corpo mais atingidas são os membros inferiores, os superiores e a
cabeça. Outra conclusão importante que os especialistas chegaram foi que o
fator predominante para a ocorrência de acidentes por falha humana tais como
falta de atenção e movimentos repentinos que causaram desequilíbrio, dentre
outros.
Se valendo da máxima “que
não é o veículo que é perigoso; perigosas são as atitudes de quem o conduz”,
com certeza, se nos utilizarmos de hábitos saudáveis e corretos, contribuiremos
para com a redução dos acidentes. Cada um é responsável por todos.
Albino Julio Sciesleski
Médico Psiquiatra
Marisa Potiens Zílio
Psicopedagoga
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