sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Fobia Social



Fobia Social – Transtorno de Ansiedade Generalizada – é uma forma de ansiedade social grave, com freqüência incapacitante que acontece em aproximadamente 5% da população geral. Caracteriza-se pelo medo de ser observado e avaliado pelos outros. Diante disso, os indivíduos com fobia social temem fazer ou dizer algo que lhes cause constrangimento e humilhação, por isso evitam situações que possam causar indignações ou desconforto, isso acaba acarretando comprometimento do desempenho e da qualidade de vida. Em conseqüência, as pessoas que sofrem de Fobia Social são propensas a ter poucas amizades, mau relacionamento social, até abandono de escola, sentem dificuldades em se apresentar em público e rejeitam promoções dentre outros aspectos.
Desta forma, podem sentir-se desmoralizadas e depressivas, além de, por vezes, levar concomitantemente, a comorbidade do uso de drogas lícitas (álcool) e ilícitas (cocaína, maconha, crack...), que inicialmente servem como “remédio”, aliviando os sintomas mas elevam o consumo, levando ao hábito, ao vício e desenvolvendo a comorbidade psiquiátrica.
Os sintomas começam com medo, rubor do rosto e palpitações sempre relacionados a exposições públicas, como, por exemplo, falar e comer em público. Em seguida aparecem outros sintomas; tremores, suor excessivo, tensão, diarréia, inquietação, dificuldade de concentração e alteração do sono sempre ligadas às situações de exposições, seja em reuniões sociais ou falar com autoridades, professores, empregadores...
A Fobia Social era considerada doença rara, com outra visão epidemiológica, ou melhor dizendo, não tratadas ou vistas como doença, mas como inibições naturais e/ou timidez excessiva. Atualmente, na psiquiatria as doenças mais freqüentes são a depressão e a doença do pânico, após vêm outras como a epilepsia, os transtornos obsessivos compulsivos e a esquizofrenia.
A falta de reconhecimento da doença por parte dos clínicos é visível, o que leva à negligência da mesma e ao tratamento inadequado, fazendo uso de medicação imprópria na maioria dos casos.
O tratamento básico, após o diagnóstico estabelecido, se deve fazer com psicoterapia com uso de medicamentos. Sabemos que a psicoterapia está cada vez mais distante em função dos custos e atendimento pelos convênios e o paciente acaba não cumprindo com as exigências terapêuticas. O prognóstico é bom e a psicoterapia importante para ajudar a mudança dos pensamentos.
Quando a doença for crônica pode necessitar tratamento prolongado. Às vezes o paciente pode interromper o tratamento, inclusive por causa de sua profissão. Há também que se considerar que a medicação dá efeitos colaterais indesejados como dor de cabeça, náuseas vômitos, sudorese, boca seca, tremores, constipação, palpitações, também muitas vezes atingem a parte sexual e a diminuição da vontade sexual, mas tais situações são administradas com facilidade e desaparecem.
Concluímos que, junto ao diagnóstico, o paciente deve iniciar um tratamento psicoterápico e quando necessário, medicamentoso, até desaparecerem os sintomas. O tratamento só deve parar quando concluído para evitar recaídas, as quais devem ser novamente tratadas adequadamente, se ocorrerem.
As causas da Fobia Social podem ser biopsíquicas ou de formação reativa diante de fatos traumáticos. Nesta segunda hipótese, a terapia é indispensável, embora em ambos se recomende a medicação e a psicoterapia.

Exemplo de Caso:
Uma menina de 10 anos, inteligente, boa aluna, família composta de quatro pessoas (pai, mãe e dois filhos), aparentemente bem constituída e preocupados uns com os outros, repentinamente, começa a apresentar sintomas de Fobia Social. Isola-se e nega-se a ir à escola. Com a aproximação do horário de aula sente fortes cólicas intestinais, tem vômitos e diarreia  O fato existente ainda estava oculto, mas a sensibilidade infantil capta o existente-oculto e reage. Mais tarde, em terapia (usando dos princípios comportamentais) o fato se revela: o pai tinha uma amante, mudara seu comportamento. Na fantasia infantil, o medo do abandono e da agressão desenvolverá a doença e seus sintomas. A terapia durou um ano, com reforços periódicos. Após três meses, a criança passou a frequentar a escola novamente. Não usamos medicação neste caso.

Albino Julio Sciesleski
Marisa Potiens Zilio

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