Fobia
Social – Transtorno de Ansiedade Generalizada – é uma forma de ansiedade social
grave, com freqüência incapacitante que acontece em aproximadamente 5% da
população geral. Caracteriza-se pelo medo de ser observado e avaliado pelos
outros. Diante disso, os indivíduos com fobia social temem fazer ou dizer algo
que lhes cause constrangimento e humilhação, por isso evitam situações que
possam causar indignações ou desconforto, isso acaba acarretando comprometimento
do desempenho e da qualidade de vida. Em conseqüência, as pessoas que sofrem de
Fobia Social são propensas a ter poucas amizades, mau relacionamento social,
até abandono de escola, sentem dificuldades em se apresentar em público e
rejeitam promoções dentre outros aspectos.
Desta
forma, podem sentir-se desmoralizadas e depressivas, além de, por vezes, levar
concomitantemente, a comorbidade do uso de drogas lícitas (álcool) e ilícitas
(cocaína, maconha, crack...), que inicialmente servem como “remédio”, aliviando
os sintomas mas elevam o consumo, levando ao hábito, ao vício e desenvolvendo a
comorbidade psiquiátrica.
Os
sintomas começam com medo, rubor do rosto e palpitações sempre relacionados a
exposições públicas, como, por exemplo, falar e comer em público. Em seguida
aparecem outros sintomas; tremores, suor excessivo, tensão, diarréia,
inquietação, dificuldade de concentração e alteração do sono sempre ligadas às
situações de exposições, seja em reuniões sociais ou falar com autoridades,
professores, empregadores...
A
Fobia Social era considerada doença rara, com outra visão epidemiológica, ou
melhor dizendo, não tratadas ou vistas como doença, mas como inibições naturais
e/ou timidez excessiva. Atualmente, na psiquiatria as doenças mais freqüentes
são a depressão e a doença do pânico, após vêm outras como a epilepsia, os
transtornos obsessivos compulsivos e a esquizofrenia.
A
falta de reconhecimento da doença por parte dos clínicos é visível, o que leva
à negligência da mesma e ao tratamento inadequado, fazendo uso de medicação
imprópria na maioria dos casos.
O
tratamento básico, após o diagnóstico estabelecido, se deve fazer com
psicoterapia com uso de medicamentos. Sabemos que a psicoterapia está cada vez
mais distante em função dos custos e atendimento pelos convênios e o paciente
acaba não cumprindo com as exigências terapêuticas. O prognóstico é bom e a
psicoterapia importante para ajudar a mudança dos pensamentos.
Quando
a doença for crônica pode necessitar tratamento prolongado. Às vezes o paciente
pode interromper o tratamento, inclusive por causa de sua profissão. Há também
que se considerar que a medicação dá efeitos colaterais indesejados como dor de
cabeça, náuseas vômitos, sudorese, boca seca, tremores, constipação,
palpitações, também muitas vezes atingem a parte sexual e a diminuição da
vontade sexual, mas tais situações são administradas com facilidade e
desaparecem.
Concluímos que, junto ao
diagnóstico, o paciente deve iniciar um tratamento psicoterápico e quando
necessário, medicamentoso, até desaparecerem os sintomas. O tratamento só deve
parar quando concluído para evitar recaídas, as quais devem ser novamente
tratadas adequadamente, se ocorrerem.
As causas da Fobia Social
podem ser biopsíquicas ou de formação reativa diante de fatos traumáticos.
Nesta segunda hipótese, a terapia é indispensável, embora em ambos se recomende
a medicação e a psicoterapia.
Exemplo de Caso:
Uma menina de 10 anos, inteligente, boa aluna, família composta de quatro pessoas (pai, mãe e dois filhos), aparentemente bem constituída e preocupados uns com os outros, repentinamente, começa a apresentar sintomas de Fobia Social. Isola-se e nega-se a ir à escola. Com a aproximação do horário de aula sente fortes cólicas intestinais, tem vômitos e diarreia O fato existente ainda estava oculto, mas a sensibilidade infantil capta o existente-oculto e reage. Mais tarde, em terapia (usando dos princípios comportamentais) o fato se revela: o pai tinha uma amante, mudara seu comportamento. Na fantasia infantil, o medo do abandono e da agressão desenvolverá a doença e seus sintomas. A terapia durou um ano, com reforços periódicos. Após três meses, a criança passou a frequentar a escola novamente. Não usamos medicação neste caso.
Albino Julio Sciesleski
Marisa Potiens Zilio
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