No dicionário, paranoia é
um estado mental caracterizado por lesão parcial da inteligência e da
sensibilidade e, no qual, o indivíduo se supõe perseguido, incompreendido e
superior a seu meio. A paranoia também pode ser definida como uma doença psiquiátrica
cuja característica central é um delírio bem organizado; o termo pode ser
utilizado para designar, vulgarmente, a mania da perseguição. Ainda, a paranoia é descrita como um termo utilizado por especialistas em saúde mental para
descrever desconfiança ou suspeita altamente exagerada ou injustificada.
Entretanto, diferente de outros estados psicóticos, apesar dos delírios, há uma
curiosa manutenção da clareza.
As doenças mentais e/ou as
emocionais, que podem atingir pessoas de quaisquer idades, se associam, muitas
vezes, a queixas clínicas e/ou comportamentais socialmente aceitas, pois se
revestem de necessidades, justificativas, explicações e atitudes socialmente
aceitas. Um fator emocional pode causar ou agravar comportamentos antes
compensados (dentro de limites aceitáveis) ou mesmo gerar doenças físicas
(orgânicas) de difícil diagnóstico.
Segundo o Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais- DSM-4, 1995, os fatores
psicológicos afetam adversamente essa condição, influenciando no curso do
tratamento (...), exacerbando ansiedade, por exemplo. Assim, pode-se dizer que
para todo transtorno mental existe causa e conseqüência que podem ser
biológicas (do corpo), sociológicas (do comportamento relacional) ou
psicológicas (envolvendo questões do afeto primário do indivíduo).
Assim, podemos classificar
a paranoia em três categorias distintas: Distúrbio Paranoide de Personalidade,
Distúrbio Delirante Paranoide e Esquizofrenia Paranoide.
O Distúrbio Paranoide de
Personalidade inclui sentimentos de desconfiança (o mundo é ameaçador),
sensibilidade exacerbada, com comportamento excessivo de defesa e hostilidade,
frieza nas relações com medo de envolvimento.
No Distúrbio Delirante Paranoide é marcante um tipo de delírio como persecutório (a pessoa se sente
perseguida e ameaçada); outro tipo, é o delírio do ciúme (perda da confiança
por ciúmes da pessoa com quem está envolvida emocionalmente); também pode
ocorrer uma “fixação romântica” ou delírios eróticos, como acreditar que recebe
presentes ou telefonemas de admiradores ocultos; podem ocorrer ainda delírios
de grandeza e hipocondria (manias de doença). As pessoas portadoras de
Distúrbio Delirante Paranoide são pessoas que se irritam com facilidade e não
raramente provocam conflitos em seus relacionamentos.
Na Esquizofrenia Paranoide os delírios podem ser extremamente bizarros (como, por exemplo, ser engolido
por teias de aranha) e pouco a pouco a pessoa perde o contato com a realidade,
o pensamento torna-se desorganizado e confuso. O paciente pode apresentar desconfiança,
medo, insônia, acha que “falam mal dele”,ou que pode “tudo”, ouve vozes, fala
muito, tem delírio de auto-referência e grandeza.
As causas da paranoia em
geral, podem ser muitas, porém, neste artigo, especificamente queremos tratar de
uma em especial: o estresse ou a tensão exagerada provocada por um mundo onde,
de um lado, a segurança e, de outro, as cobranças estão tornando a vida
difícil, estressante e, o que é pior, levando à desconfiança e à insegurança.
Hoje, o nível de violência
pode ser comparado aos provocados pelas guerras. Como não delirar frente a
fatos concretos de assaltos, balas perdidas, traições? Como saber distinguir
ações carregadas de boas intenções daquelas que tentam nos emaranhar em “armadilhas”,
nos “passar para trás”, aproveitar de nossa boa vontade e até mesmo de nossa
inocência? Criaram-se idéias pouco éticas de convivências como: “O mundo é dos
espertos!” ou “Cada um que se vire!”
Estamos nos desagregando
como sociedade (que está esquizofrênica) e como indivíduos (com nossos
distúrbios delirantes). Estamos comprometidos também com os delírios dos grupos
e esta paranoia é bem mais difícil de superar, pois, no grupo, um reforça o
delírio do outro, fazendo-o parecer real e verdadeiro. Constata-se que muitos
preferem o delírio à realidade, entregando-se às drogas, por exemplo, ou
buscando justificativas (projetivas) para suas fantasias delirantes.
Solidariedade, confiança,
saúde mental, harmonia, despreocupação, prazer, segurança, amor, compreensão,
perdão... onde estão vocês?
Como diz Shakespeare, um
dia a gente aprende...
Um dia você aprende...Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, que companhia nem sempre significa segurança, e começa a aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas.Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança; aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo, e aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... Aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais, e descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida; aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida, e que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. ..
Albino Julio Sciesleski
Médico Psiquiatra
Marisa Potiens Zílio
Psicopedagoga
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